segunda-feira, 25 de julho de 2011

Poema - O governador Anastasia

O governador Anastasia

O governador Anastasia
veio a Mariana
e passou um mau bocado

O povo vaiou
e vaiou
e vaiou
e vaiou o coitado

O governador entrou na Câmara
os seguranças tentaram regular a entrada
mas o povo invadiu a Câmara
e vaiou
e vaiou
e vaiou
e vaiou a cambada

O governador Anastasia tentou apaziguar
mas o povo não parava de vaiar

Ao sair de Mariana
com um espelho diante de si
disse o bacana
que a cidade é uma vergonha

E o povo vaiava
e vaiava
vaiava que não mais acabava
tanta vaia
produzida pela laia
em sua maioria professores
- frutos e prostitutos
de um governo de horrores

do poeta
Úmero Card'Osso

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Descarrilhando...

Dá o sinal que quero descerrrrrrr!!!!!
Nossa há tempos venho escrevendo sobre a necessidade de mudanças internas e externas.
Caso é que venho sentindo uma insatisfação crescente com a realidade em que vivo, com o lugar em que estou ocupando socialmente. Tenho tentado de algumas maneiras reverter a situação e, talvez, aí esteja problema. Reverter algo, mas, pelo amor de Deus o que é que eu quero reverter? Será que não é exatamente o contrário disso que eu preciso? 
Hoje eu e meu marido conversamos pelo skype com uma amiga muito querida dos tempos de faculdade. Há seis anos ela foi para os EUA participando do programa "Ou pair", foi ser babá em bom português. Formada em letras, uma vida estável no Brasil... Mas, foi mais esperta, descobriu que a vida que estava levando a deixaria doente e que era hora de arriscar, de  agarrar a trança da oportunidade. O que seria um ano virou dois, virou uma graduação em Relações Internacionais, virou uma experiência única, e hoje do outro lado do mundo (NZ) ela se prepara para repensar o que virá agora, quando esse ciclo começa a se fechar. 
Foi muito bom conversar com ela, foi maravilhoso ver como está bem, serena. Tudo está perfeito? Não meu caro leitor, claro que não. Mas é incrível como acreditar em si mesmo tem o poder de transformar totalmente sua realidade. não foi mais fácil para ela do que foi ou será para qualquer outro. Não tem sido fácil. Mas ela está livre, e o melhor é que ela sabe e sente isso, da famigerada covardia. 
O que motivou a escrita desse texto é uma constatação que acabei de ter, antes de decidir fechar o computador: o que venho sentindo e tentando refrear é o impulso de mudar radicalmente o rumo desse comboio que é minha vida [a nem vem, a sua também é: casa, marido, família, pais, emprego, amigos, igreja, etc]. Acontece que o trem já está nos trilhos e avançando e acelerando, não adianta eu negar mais, ou sigo o embalo ou vai descarrilhar tudo...Não adianta mais eu refrear, tentar recuperar a boa e tranquila pacatez com aquilo que está posto.
Tô afim de ousar, e preciso urgentemente encarar e assumir isso. Encarar com ações entende!? Sair da teoria, não é fácil, não mesmo. Para quê eu vou ficar aqui fazendo de conta que amanhã tudo será diferente? Não, vai levar um tempo, espero que não muito.
Mas eu ouvir dizer que o farfalhar das borboletas em uma ilha provoca verdadeiro furacões... Então farfalhemos...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Minas são muitas

Hoje li um texto de meu amigo Danilo Barcelos. Eu realmente fico tentadíssima a escrever quando leio seus textos... Mas, putz... Fico extremamente tímida, quase um medo de ser tosca. Danilo tem a poética da palavra, talvez por isso tudo o que escreve tem o efeito de um bichinho roendo n'alma, como um verminho que entra pelos olhos e vai mexendo e a gente vai sentindo seu minhocar.
Mas, ao tema. Danilo está agora longe, lá pelas bandas capixabas e sente falta desse ar férreo e verde que é Minas. Eu não o culpo, ser daqui e viver aqui é algo que não se conta, é segredo nosso. Mas, não pude deixar de perceber que, embora compartilhe com ele  e outros tantos amigos caros a mim, minha relação com o estado não está tão bem assim.
Sim, claro, eu estou em meio a uma greve que luta desesperadamente para que uma simples lei seja cumprida [outras questões motivam esse engajamento, mas é matéria para outra postagem], então, certamente meu descontentamento também reside na insatisfação com a política do governo estadual para com o funcionalismo público, sobretudo, a educação.
Com a greve, outras coisas têm me saltado aos olhos e eu não posso mais ignorá-las, eu ão consigo achar normal a manipulação das mídias, a indiferença da própria sociedade, a falta de vontade a servilidade. Tenho observado a manipulação de notícas de diversas ordens, tenho visto o dinheiro público sendo gasto DESCARADAMENTE em obras que não trarão benefício algum aos que de fato deveriam, e o pior, tenho visto que poucos, bem poucos se incomodam com isso. Não é que as pessoas não percebem, as pessoas não ligam. Aqui em Minas perde-se a mão, mas não a aparência. Minas não é o berço da iberdade, se foi, isso já acabou há tempos. Não se luta, não se questiona, não se atreve. Não a reconheço mais. Me entristeço porque amo demais esse chão e essa gente, mas não posso mais achar que aqui se respira a liberdade. Em muitos, muitos sentidos mesmo, tenho tido minha visão bloqueada e a voz abafada não mais pelas montanhas, mas pelas cortinas de ferro que se forjaram nesse estado.
O café quentinho com queijo, servido na cozinha, que é onde se recebe os amigos, continua aqui, esperando pelos meus queridos amigos errantes. E assim vai permanecer, quem sabe novos ideais de liberdade não ressurgem de uma boa prosa?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

As palavras e o tempo

Há alguns dias atrás assisti à chamada do programa SEM FRONTEIRAS da Globo News. Fiquei encantada com o texto.
Eu não sei de quem é a autoria, em uma primeira pesquisa eu não encontrei-a.
E fico me perguntando como poucas vezes um texto nos chama tanto à atenção. Como podem algumas palavras nos tocarem tanto. Bem metalinguístico no que diz respeito à mensagem.
Tenho tentado buscar um equilíbrio entre aquilo que sinto, penso e falo. Porque não há uma harmonia natural entre esssas três instâncias. O que há é um exercício de compreensão e superação diária, quase sublimação. 
 As palavras me assustam porque podemos dar e tirar a vida com elas. Podemos animar ou intimidar. Costumo dizer que aprendi a domá-las quando saem de mim, porque sinto que podem sair cortando, rasgando sem possibilidades  aos que as escutam.
 E num tempo em que se diz o que se pensa, que vende-se o consumo, que se crê no que não há, penso que estamos nos perdendo num mundo de palavras.

 Bom, vou dar um tempinho e logo mais volto a escrever sobre isso. Por hora fiquem com o texto que motivou essa postagem.

Foram as palavras e o tempo que os confundiram. Já não compreendem mais uns aos outros. Já não compartilham da mesma história. Esqueceram que um dia foram um só povo. Uma só lingua. E as mesmas palavras”.
***

ah... o tempo... há muito eu venho acreditando que o tempo é o principal agente em nossas vidas, para o bem e para o mal.
Quando nos aliamos a ele, somos capazes de perceber seu movimento. Suas ações a abrandarnos. Ficamos como que curtidos, mais sagazes, algumas vezes conseguimos dar uma rasteira em suas pernas velozes, outras tantas é ele que nos pega na curva e como se dissese: a ha! Cheguei antes colega!


Mas, o tempo também pode ser o nosso pior algoz, pode ser aquele que nos faz lembrar o quanto nos faltou, do que perdemos, do que não racionalizamos e nos escapa. O tempo também cauteriza, encobre feridas, mas se essas não são limpas quando devem, são fechadas com suas sujeiras e infecções e adoecemos lenta e paulatinamete... e já não ouvimos, não sentimos, não desejamos.. Tudo bscurece. E por estarmos obscurecidos não nos enxergamos, não nos registramos mais como capazes de evoluir.


Minha reflexão sobre o tempo então é que prefiro ser sua amiga a negá-lo.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Carta ao sindicato

Amigos publiquei uma carta que enviei ao sindicato dos profs daqui de Minas,
para lê-la clique aui

Em nome de quem ou do quê?

Nesta semana completarei 35 anos. Pretendo, até lá, expor aqui um pouco dos pensamentos que têm estacionado em minha cabeça nesse dias que antecedem esse evento!!!
Para começar, de tempos em tempos ocorrem alguns balancetes, eu até tento evitá-los, mas eles acabam por se impôr inevitáveis.
Uma das colocações que tenho me posto é como estou e por que estou. Se é meu caro leitor, que você existe e costuma ler minhas divagações, deve ter percebido que tenho sempre colocado algumas inquietudes aqui.
Uma das principais, em que vivo uma certa crise de insatisfação, é a profissional. E ela em si mesma já passou por algumas fases: a constatação de que as coisas não eram como pensei que seriam, de que não havia alunos ávidos e sedentos pelo conhecimento cuja construção eu poderia ajudar. A revolta, "é preciso fazer algo, eu preciso fazer algo", a descoberta de que há coisas com as quais não dá pra medir forças, a de que se desilude, e  que até se gosta do que faz, mas realmente não está mais afim. 
E por não estar mais afim, tenho dois caminhos, encerrar-me na zona de conforto que é enfrentar o cruel, mas conhecido cotidiano, ou buscar algo pelo qual sinto-me desafiada.
E, aos trinta e cinco, eu decidi mudar algumas coisas de lugar, rearrumar a casa.
E me pego pensando: até que ponto estou realmente disposta a passar por esse processo? Em nome de quem ou do quê?
Nesses dias que antecedem ao trigésimo quinto eu quero externar algumas coisas, talvez, para que eu mesma venha visitar e reler esta postagem e não mais esquecer.

domingo, 10 de julho de 2011

Da viuvez literária

É sempre assim, ao terminar a leitura de uma narrativa, trilogia ou saga... Fico viúva.
Calma, meu marido não morreu (só de raiva nos últimos dois meses de maratona Harry Potter). Neste momento estou em suspensão com  Harry Potter, a todo momento lembrando de ler o que já acabei de ler(até a ficha catalográfica). Sensação esquisita essa de não vê[lê]-lo todos os dias a todo e qualquer intervalinho... A saga acabou, mas os personagens continuam a povoar o meu imaginário, minhas elucubrações (literalmente)... 
Isso sempre acontece.
Ainda hoje me pego pensando em: se viva como estaria Liesel (a roubadora de livros), mas aí me lembro que a morte já a buscara, e então fico pensando em como foram seus últimos dias... e depois de muito pensar caio em mim, vejo a estúpida realidade: Liesel não existiu. Lira (Fronteiras do Universo), a filha de Lorde Asriel, não está, neste momento, noutro mundo paralelo conversando com seu dimom, Mary (A cidade do Sol) não está mais sofrendo, aliás nunca passara por todos aqueles horrores porque, de fato, se quer existiram, nem ela mesma. Harry Potter não está agora celebrando seus 31 anos.
Mas, será que não mesmo? Minha mente recusa-se a despedir dos personagens, é quase um luto. Sinto falta de ler suas venturas e desventuras. Fico deslocada nos horários em que normalmente compartilhava esses momentos.
Eu estou assim hoje, passei o domingo lembrando de personagens que por dois meses acompanhei, suspeitei, gostei. Fazendo conclusões, levantando hipóteses... 
É... diz um velho ditado que um amor se cura com a chegada de um novo. Que venha o próximo!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O piso abaixo do piso... já é subsolo

Sem muitos comentários... deixo para apreciação dos meus amigos essa maravilhosa recompensa do Governo de Mainas que se gaba de valorizar a educação...
Não consegui salvar o arquivo em um tamanho maior... P
para vocês enxergarem o minúsculo salário terão de aumentar o zoom...