sexta-feira, 15 de abril de 2011

Das radicalidades...

Há um tempo atrás, mais ou menos dois anos, conversava com minha prima Michelle sobre a capacidade de mudarmos nossa história. Ela é consideravelmente mais nova que eu - das duas uma: ou eu insisto viver nos 20 ou ela tem aspectos balsaquianos... 
De qualquer maneira eu encontro em Michis uma boa interlocutora.
Enfim, falávamos sobre a coragem de tomar atitudes, a tal da iniciativa. Ela possui isso, já eu nem tanto. E eu morro por causa disso, eu me sinto travada, vejo o que eu não gosto na minha vida, mas tenho uma dificuldade enorme em arriscar. Talvez porque eu tenha um senso de consequência enorme também, morro se for preciso, mas morro assumindo as minhas escolhas. Poucos arrependimentos tenho do que já fiz, mas confesso que o tal do "se eu tivessse" me persegue. Eu fico pensando nas escolhas que não fiz, nas oportunidades que perdi. A maioria porque tive medo de arriscar, medo do que poderiam achar, medo de decepicionar ou "furar" com alguém que contava comigo, muitas vezes por apostar mais um pouquinho na boa vontade dos outros...
Nesses dois últimos meses tenho passado por uma situação profissional, que achei que não passaria mais nessa altura de minha vida.
Não que eu seja orgulhosa e ache que já estou pronta, não é isso, mas eu sei o que mereço, sei principalmente o que eu não quero nunca mais passar nem a que me sujeitar. E quando dei por mim lá estou de novo, vivendo algo desnecessário, tentando acreditar que vai dar certo, que é uma situação atípica e que é necessário compreensão...
Até que percebi que o pequeno marmitex que normalmente é consumido em 15 minutos, foi engulido em menos de cinco... Percebi que tenho dormido pouco, que tenho dado muito, muito mais do que recebido, aliás não tenho recebido nada, não estou contratada, não existo para a  instituição e por isso não serei remunerada, pelo menos não há previsão.
E aí eu resolvi que não passarei por isso mais, não quero, não preciso, não deixarei fazerem isso comigo. A valorização que tanto desejo deve, primeiramente e principalmente partir de mim. E eu não admito mais abir mão dela. 
Na prática, significa que não irei mais à instituição - que durante muitos anos sonhei em estar, porque na verdade - burrocraticamente - nunca existi, então nunca estive.
Isso poderá ter consequências diplomaticamente desagradáveis, mas perdi o medo, pior que perder um emprego em que não se recebe, em que não é cuidado, é perder um pouquinho que seja da dignidade.
Já não falo de salário, de posição ou de status, mas do que realmente importa, do cuidado com o próximo, do respeito, da sinceridade... e de assumirmos que devemos isso aos outros e que, na MESMA medida também receber, falo de amor próprio!
Não, não mais. Eu sou tão boa e merecedora de respeito quanto penso que sou.

Um comentário:

  1. é verdade...
    Complicada demais essa vida nao?
    As vezes penso que talvez ela seja assim, tão complexa, apenas para aqueles que nao se renderam aos "modismos" que denigrem e acabam com nossa razao de existir!
    Vejo pessoas passando todos os dias, umas por cima das outras... Pessoas deixando de ser quem são para serem aceitas....
    tô fora.. e como disse em outra oportunidade, apertando mesmo o botao do F#$%!!!!
    Obs: talvez eu nao seja balsaquiana ou vc esteja de novo aos "poucos 20"... talvez seja porque em algum lugar comum nosso sonho de viver continua nos aproximando....

    bjus

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