Há alguns dias li o post do Edmar sobre as chuvas em São Paulo, já estávamos alarmados com a situação, indignados por assim dizer com uma combinação do mal: o descaso das autoridades com o mesmo recorrente, redundante e já massante problema das inundações... A permissividade para com a impermeabilização do solo e com as ocupações desordenadas...
Nessa última terça à noite os jornais já não falavam tanto das chuvas em São Paulo, embora essas ainda lhe castigavam. O assunto do momento era o primeiro ano pós Haiti... Eu acredito que essa seria a semana memorial da tragédia. Em parte acho até bom que se lembre, não podemos esquecer algo como isso. Não pode ser simples assim.
Como sabem estou em Jequitinhonha de férias, e nessa quarta levantamos cedinho e fomos à roça, ROÇA!!! Muito bem, voltamos à tardinha... E qual não foi a surpresa ao sabermos que parte do Rio já não havia...
Que conto de horror, e sabe, pelos mesmos, mesmíssimos motivos das tragédias ocorridas em São Paulo, que ora vejam voltou a ser destaque... E sim, pelos mesmos motivos também aqui em Minas.
Eu confesso que tenho evitado – se é que é possível – ouvir demais a respeito. Já que parece que nada mais mundo ocorre a não ser o drama das chuvas... a sim, ocorre sim: a aprovação de uma ridícula lei que proíbe o uso dos celulares nos bancos (ao menos aqui em Minas) afim de evitar as saidinhas de banco...
Mas voltando ao mérito da questão, depois acham ruim quando um governador comenta sobre a imprudência de se construir em áreas de risco. De fato... Mas isso é mexer no vespeiro em terra em que o esporte preferido é o caça-culpados, ninguém quer ouvir isso, porque o discurso bom, o discurso que dá ibope é falar mal das autoridades que não evitaram a tragédia, é mostrar Tainá de 15 anos sendo socorrida em trabalho de parto e dando entrevista na globo, é comparar o número de vítimas com o mesmo volume de chuvas no Rio com o de Portugal e outros países europeus...
Na verdade, é a indústria da tragédia.
Encontrar a raiz do problema já é, em si, um problema, porque eximirá o direito da desculpa. Também, do que viverá essa imprensa se não for dessas coisas...
Ano que vem, veremos o mesmo filme... A mesma permissividade, o mesmo descaso...
Os mesmos culpados...
Haja estômago.
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