Ninguém jamais soube quando começou.
Antes fora um capricho, uma brincadeira. Que virou mania, depois necessidade, um vício.
Os médicos proibiram, por fim desenganaram.
Pediu que a levasse uma última vez ver a arrebentação.
Quando as ondas quebraram aos seus pés, antes mesmo que alguém pudesse lhe impedir, aparou com as mãos e bebeu.
E, como que por milagre, caiu no mar uma última lágrima doce.
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Como se a existência naquele instante ainda fosse possível, lembrou-se de como em sua julgada loucura, o sal lhe parecia muito mais amável do que o doce.
O sal era sua obsessão, sua escuridão, sua loucura, mas também sua salvação.
Seria o último bel-prazer, doce como as noites solitárias, sua última resposta?
Julgariam o mar, presente de outrora, como sua pena e absolvição?
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Este texto conta com a linda participação de Newton Vitorasse!
Obrigada, New, por tornar Saldoce completo ❤️
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