sexta-feira, 9 de setembro de 2016

João e Maria

João e Maria se somavam a tantos outros, e já tiveram outros nomes;
e pareciam brincar tão perto que parecia ser possível ouvir e ver tantas travessuras.

Já tiveram cores e cabelos diversos...
Mas já não brincavam tão perto... Mas ainda barulhentos.

João e Maria e com sorte mais alguém...
e mal dava para ouvir as brincadeiras...

João e Maria... 
Mais longe...

João e quem sabe Maria...
sem rosto, sem cor...distantes...

João ou Maria...
Um dia parecia ter vindo...
Foi embora sem aviso...

Maria? João? 
Pensou em vir, desistiu...

Nem Maria, Nem João...
Casa vazia...

Ninguém a quem contar histórias, ninguém para socorrer à noite...
Sem lista de material escolar, sem Para Casa pra acompanhar.
Ninguém para ralhar ou de vez em quando te dizer uns desaforos e levar petelecos...
Mas também ninguém para dar colo e ouvir dizer que te ama.

Ninguém... Para se poder dizer que é a sua melhor parte.
Ninguém por quem levantar cedo e dizer que vale a pena...
Para desejar que chegue o fim do dia e ver que tudo está bem com ele.


Sem sementes
de uma flor que fosse para tornar esse mundo 
menos triste, menos cinza.

Ninguém.





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