O mais impressionante é que me lembro das atividades que realizei no prezinho a uns 3... deixa pra lá.
Me lembro bem de que comecei a pegar os Gibis de meu irmão, sete anos mais velho. Logo, imagine a complexidade dos personagens: Homem de ferro (num entendia patavina de onde vinha para onde ia...kkkk), Fantasma (cara sizudo numa floresta...), Conan (uma indecência cheio de mulheres quase peladas...kkkk), Homem Aranha (entendia um pouquinho), etc...
Aí entra o que eu acho que foi uma das muitas coisas boas que meu pai fez por mim. Assim que me viu tentar devorar as revistas de meu irmão me entupiu com gibis da Turma da Mônica, disney, comprou livrinhos com áudio, livros menores, etc, etc, etc. Meu pai incentivou-me muito o gosto pela leitura. Sempre lia tudo e quando completava as leituras eu continuava a bisbilhotar as do meu irmão. Fui crescendo, fui lendo livros. Lembro que adorava adiantar os textos dos livros de português.. . ops na época era "Comunicação e Expressão". Quando acabava os de Comunicação e Expressão lia os probleminhas de matemática (nunca sabia resolvê-los sozinha, mas, pelo menos lia), lia os de Integração Social, mais tarde geografia e ciências, lia as revistas de curiosidades do meu irmão (já viu que eu adorava fuçar também, né!? kkkkkkk).
E foi assim. As épocas menos felizes de minha vida foram também as em que eu menos li. Mas, acho que jamais passei um ano sem ler uma pequena história que fosse.
Durante a graduação me privei um pouco do prazer da literatura, por mais estranho que isso possa parecer, levando-se em conta de que me graduei em letras. Li, é verdade, algumas obras, mas sempre com o peso de alguma avaliação, ou com a sensação de que deveria estar lendo alguma coisa mais relacionada à minha área. Logo depois que me formei fui para as salas de aula e logo logo iniciei o meu mestrado. Aí sim é que li pouco. Prometi a mim mesma que eu me entorpeceria de literatura assim que defendesse a dissertação. Promessa cumprida.
Até hoje eu adoro a sensação de que agora posso ler esganiçadamente, acho que eu ainda tento tirar o atraso...
Eu não sei explicar o que acontece comigo quando vejo um bom livro. Mas consigo descrever alguns rituais.
- O namoro pelas capas. Tudo começas pela estética. Sim, eu sou daquelas que pré-julga e compra o livro pela capa.
- Depois que compro, pego emprestado, ou mesmo ganho um livro sempre eu o folheio e tento sentir o seu cheiro. Não faço a mínima ideia do que isso significa. Realmente, acho que a convivência com os gatos está me afetando.
- Leio todas as informações da capa e contracapa, vejo a encadernação, como se entendesse de alguma coisa...
- E então começo a ler. Há livros que faço questão de lê-los compulsivamente, o mais intensamente possível (Saga Crepúsculo, A Cidade do Sol, Percy Jakson...), e outros gosto de degustá-los homeopaticamente (Grande Sertão, A Menina que Roubava Livros).
- Adoro chorar durante e depois... E choro por inúmeras razões, uma única vez foi por causa do final, geralmente é porque me sinto pequena diante da vida, me sinto envergonhada pela humanidade...
Enfim, os livros são grandes responsáveis pelo modo como eu vejo o mundo, aliás como eu o avalio. Certamente, o paraíso deve ser uma espécie de biblioteca com almofadas e bichanos!!!! kkkk