quarta-feira, 6 de maio de 2020

Inércia

E agora que os céus nos ouviram e a vida deu uma pausa,
o mundo desacelerou.
E o relógio não despertou,
nem o telefone tocou.
E não precisou-se mais de sair às pressas.
Agora o café esfria na mesa,
enquanto se pensa na lista da feira, mas não há feira,
nem quermesse.
No rádio, TV e internet as mesmas velhas notícias.
De um mundo velho, de antigas tristes manias.
Sentimos saudades dos sonhos, empenhamos promessas.
Como quem assina um cheque sem fundos, tendo fé na loteria.

(em construção)