quinta-feira, 14 de julho de 2016

Palavra

O ano de 2016 tem sido assim, pleno. Por enquanto pleno de desafios e aprendizagens. Uma das que mais se destacam é o peso de uma palavra. Quanto vale o que você diz? Quanto de verdade você nelas empenha, isto é, o quanto de você está nelas?
Estou falando desde as pequenas coisas como: "pode deixar que vou sim", "vamos marcar um café", " pode contar comigo para o que precisar", e por aí vai... Nossa disposição em honrar esses pequenos[?] compromissos nos capacita a  honrarmos os grandes[?].
Mas, afinal, há como medirmos o que é pequeno ou grande? Tem como saber exatamente...? 
Quando e... haverá mesmo  uma nova oportunidade?  

Da leveza... Das delicadezas

Já parou para pensar que a vida é simples? Uma caprichosa leveza.
A vida é inexplicável, "informatável", impossível de ser reproduzida. Ela é efêmera, dela apenas uma única certeza: tem dias contados.
E o que se faz a partir dessa constatação é como a pedra que divide o rio que flui. Talvez seja essa a primeira morte, o fim da infância. O que fazemos, quando nos damos conta de que essa existência física não é eterna afeta a vida, que vai muito além da existência.
Há aqueles que decidem então se jogar sem limites, sem reflexões, sem freios, sem padrões... Entende-se[?] como um ser que precisa de tudo e quer tudo hoje e agora. Se algo estiver do outro lado da linha que se descubra quando lá estiver... Nada além da existência.
Há os que atemorizados com o dia final e o destino também final... Mal existem... sequer vivem. E os seu juízos são tão, tão pesados que nem mesmo eles conseguem escapar de sua mão de ferro. A vida? A vida é um peso que poderia ser retirado...
São dois extremos... e somos tentados constantemente a correr para um deles. Porque fomos assim ensinados, é muito mais fácil seguir um parâmetro ditado, formatado quando se tem medo de arriscar. Ou ainda simplesmente largar pra lá porque é pesado demais pensar esse trem.
Mas... Há outros caminhos. É possível ser mais leve sem se deixar perder. É possível pensar a vida como o privilégio de poder experimentar e viver o melhor. Talvez compreender que o que não temos, não é necessariamente uma falta.
Perceber que em todos os dias há uma delicadeza, uma oportunidade. Abrir os olhos pela manhã e ver que, mesmo encoberto de nuvens, o sol ainda brilha. Acordar como quem sente o cheiro de café sendo coado, e deixar essa sensação invadir o corpo.
Sabe, não estou dizendo que não haverá amanheceres frios, tristes e cinzentos. Mas que eles não podem ser rotina e sim exceção. Estou dizendo que é preciso dar às coisas e situações o seu lugar e medida exatas. Não menospreze o importante,  quase nunca Kairós passa novamente e, por mais difícil que seja: se jogue e agarre suas tranças.
Não perca a oportunidade de ser gentil, de abrir o sorrisão, não negue um abraço e " pelamor" não fuja de um. Respire fundo quando alguém que você menos espera dizer uma estupidez... Sabe amores são para serem vividos, e são nesses momentos que eles se manifestam.
Qualquer coisa que não possa ir com você depois do túmulo, não merece viver em você. Nada, absolutamente nada relacionado a ter e realizar podem dizer quem somos nós.  Nada, absolutamente nada pode pesar a nossa alma. T

quarta-feira, 13 de julho de 2016

finalizando os 30...

É... parece mentira... mas já estão indo embora. E não foram poucas as vezes em que aproveitei cada momento que tive para dizer: os melhores de toda uma vida já vivida.
Nasci mulher, mas me vi mulher quando fiz 30 anos. Ainda me lembro de olhar no espelho e começar a sorrir pelo que via. Toda a história. Desde então cada dia vivido é um motivo de agradecimento, desde então não há mais medo do envelhecimento, porque envelhecer é para os que têm o privilégio de viver.

Mas viver não é simplesmente existir. Viver é deixar rastros, pegadas, cabelo, unha sangue, suor, lágrimas, saliva, gozo. Viver é fazer as pazes consigo mesmo é gostar de conviver com esse ser que habita o seu corpo... "Viver é perigoso, requer coragem¹", a coragem de ser como é; de se melhorar por amor a si mesmo; a coragem de assumir que não sabe, talvez nunca saberá. Da leveza de admitir que errou e vai errar de novo e feio, e então... oops! Errar, de novo.

Da coragem de jogar pro alto e deixar se estatalar e arrebentar no chão toda a aprendizagem e crença de  uma vida inteira (padrões, valores, fé, espiritualidade, relacionamentos...) e... olha só, o que é verdadeiro permanece intacto.

Da coragem de ter medo...  medo de perder os que ama; de não ser melhor que o seu discurso sobre si; medo de não reconhecer o que os olhos refletem no espelho, ter medo de usar as lentes consumistas e ditadoras de um padrão de beleza. Medo de não viver como se deve o melhor dia da vida: hoje.  Entender, acima de tudo, que medo não é trava, pelo contrário: é o estopim para explodir em várias porções de coragem, de fazer correr e lançar-se para o que se quer, se deseja, se ama.

Da coragem de dizer adeus ao amor que se vai,  de entender que quando não se cuida do relacionamento o sentimento já não basta, entender que insistir ou ter insistido pode estragar irreversivelmente esse mesmo sentimento e já não há. Da coragem de não aceitar a ideia de culpa, mas admitir responsabilidades, que são mútuas.

Da coragem de dizer sim ao amor, aos amores que virão. Muita coragem de se permitir ao novo, ao inesperado, ao que não foi projetado, e às vezes até dito "nunca, jamais"... Da coragem de não fazer de novo do mesmo jeito sempre... Errar, vai errar mesmo, mas ser criativo ajuda, neh.

A coragem de sair das margens e seguir a travessia.

A coragem de ser feliz, de se fazer feliz!!! A coragem de dizer que não se sente feliz. Mas sobretudo a coragem de não desistir de capturar essa Dona Felicidade,. Mas hoje, agora.

Sonhar, e viver o sonho agora, e quando ele se fizer real, será pleno.
















¹ - Guimarães Rosa