Depois de algum tempo
desacostuma... Já nem lembra que sentira seu corpo vaporando, que o estômago é
capaz de dançar, nem mesmo que, ao bater, o coração vibra as costelas. E vai
levando a vida sem perceber que nem se vive mais. Então um dia vem um vento
e... e aí derruba a sua frágil casinha. Nu diante de si mesmo. Não sabe lidar
com aquilo que em todo o tempo esteve ali, tão óbvio, tão forte. Sente
saudades do esquecimento, mas já não quer esquecer, porque esquecer é se perder
de si. Preferiria não ter sentido, mas agora a certeza da vida, que tudo dentro
de si vive.
Amo uma frase que atribuem a Ortega y Gasset que diz: “Eu sou eu e as minhas circunstâncias” Esse blog é um espaço em que tento externar essas circunstâncias; o que fervilha em mim, o que tem e o que falta. Puro deleite de falar, nesse caso escrever insanamente. Quem sabe semear um pouquinho de amor e virtudes, e claro, como não poderia deixar de ser - posto que sou circunstâncias - inocular à medida exata meu nem tão suave veneno.
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