Eu sei que você merece mais. E eu gostaria de hoje poder lhe dar mais que os meus cacos...
Mas, no fundo, a verdade é que eu adoraria que fosse você a me ajudar a colá-los e dar uma nova forma à vida...
Amo uma frase que atribuem a Ortega y Gasset que diz: “Eu sou eu e as minhas circunstâncias” Esse blog é um espaço em que tento externar essas circunstâncias; o que fervilha em mim, o que tem e o que falta. Puro deleite de falar, nesse caso escrever insanamente. Quem sabe semear um pouquinho de amor e virtudes, e claro, como não poderia deixar de ser - posto que sou circunstâncias - inocular à medida exata meu nem tão suave veneno.
sábado, 8 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
O que nos arrebenta.
O que mais arrebenta é você querer tão bem, apesar de todo o desgaste, a ponto de não querer expor, de não fazer sofrer... E vai-se enterrando tudo o que sente e percebe. Adaptações, resignações... conformações... E aí você já não é... O resultado é uma anulação homeopática, pequeninas concessões que de repente tornam-se o seu pior monstrinho, dragão de estimação.
Não, você jamais dirá a si mesma que é isso, que essa é sua vida. Afinal, você é inteligente, esperta, ouvida, respeitada... Como em nome de Deus você vai admitir que não... não é feliz, é sim muito grata, que descobriu uma forma de amor que lhe permite sobreviver...? Afinal, toda forma de amor é justa...
Mas... Você que achou que não sentiria mais... se julgou imune, desarmou-se... Tolinha...
Seu novo relicário... Lhe é tão caro, que logo, sem mesmo tocá-lo guardou-o em seda numa gaveta. Para não pensar, não admitir... Tudo passa, vai passar...
Mas ao fechar a gaveta, os móveis já não lhe parecem os mesmos, a comida, os cheiros... estrangeira no seu pequeno mundo perfeito [?]...
E a cada dia seus pequenos arranjos de paz se desfazem... E não há linha, agulha, cola ou o que quer que seja que possa emendar, remendar, colar, suturar... Não adianta mais tentar conter com as mãos, porque a verdade é uma fissura que expande... Assustadoramente se dá conta de que, de alguma forma, já acabou. E que você não é a única a saber. Que na verdade, quem lhe anuncia também tenta em vão aparar com as mãos o que já derrama o seu fim.
... Mas quem ousará...?
O peso de romper com anos não é suave. Sim você assumirá diante de todos que está ciente, que esse é o seu último ato de amor. Mas, não, não será compreendida. Não tão facilmente. A tristeza do fim.
E então se rasga, vê seus cacos e tenta ao menos não espalhá-los tanto, para que outros não tropecem neles.
E de tudo que melhor tenta é não expor... E de tudo que mais sente é a dor em causar sofrimento. Não por haver culpa ou erro, mas por compreender que a finitude não é aceita por todos, principalmente para aquele do qual se desvincula, a despeito de também saber tanto ou ou mais que você...
De onde vem tanto senso de preservação pelo outro? De que adianta? As exposições vêm à tona...
Até a sua gaveta é invadida, vasculhada, seu relicário descoberto, em vão você tenta guardá-lo de toda a poeira levantada... Em vão...
Já foi exposto, da pior e mais sutil forma... E a exposição foi para além do que se imaginava... Contaminado...
Nada mais a fazer, a não ser seguir em frente... Porque no lugar onde se esteve só há sobras de um mundo quebrado, mal colado e que se esvai a todo momento. Vai recolhendo seus cacos, descubra como voltar a fundi-los a si, eles se tornarão cicatrizes. Há beleza nelas, pois as emendas te tornam mais forte e única.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Do que exala...
Sobre a penteadeira você é o que mais ilumina,
A luz te atravessa e se decompõe em milhares de cores... Volúpias.
E eu...
desejo...
entornar-te por todo o corpo, impregnar-me de você.
Enebriada... não há lacre que contenha...
A luz te atravessa e se decompõe em milhares de cores... Volúpias.
E eu...
desejo...
entornar-te por todo o corpo, impregnar-me de você.
Enebriada... não há lacre que contenha...
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