Bandeiras rasgadas, cavaletes empilhados;
O pó de concreto e asfalto que aos poucos apagam os rostos felizes nos muros, agora restos de antigas promessas de dias melhores, mais bonitos;
Meninos no parque, fumando escondidos ao lado do skate abandonado;
Rostos e corpos amontoados na condução que segue ao trabalho;
Sou a notícia velha, do conservadorismo travestido de inovação;
Um nó de carros que tomam sempre os mesmos atalhos a fugir do inevitável;
O Horizonte cada vez mais encurtado por arranha-céus que sangram o que um dia foi Belo.
Débora Martins
outubro de 2012