segunda-feira, 13 de junho de 2011

A saga dos namorados...

Vou dar a vocês o saboroso prazer de me acompanhar pela "Saga do dia dos namorados" Na mais bela cidade do mais belo mundo... Brelzonte.
Vamos lá: No sábado à noite depois de sermos entupidos com várias possibilidades, divulgadas pela TV, rádio e net, para aproveitar o domingo romântico, com direito à Fenanda Takai, Paulo Tati, e Milton Nascimento, resolvemos aproveitar.
Bom, decidimos entre os shows "diurnos" porque segunda se trabalha né gente, ou seja, excluímos a possibilidade de irmos ao show do Milton com Maria Gadú. 
Por uma questão de acessibilidade, já que no domingo os ônibus que nos levam à praça da Liberdade são limitados, optamos por irmos ao cinema do mais novo shops de BH, o "Boulevard". Sessão às 15:45, um horário bom, levando em conta a preguiça de domingo em que se almoça tarde, caminha-se devagar até a estação de metrô (ah sim, escolhemos esse shoping também porque ele fica praticamente em frente a uma estação de metrô).
Muito bem, saímos para almoçar por volta de uma hora da tarde, quando conseguimos, de fato, almoçar já eram quase duas, porque o restaurante do bairro estava ENTUPIDO, de famílias cujas mães, muito justamente, se recusaram a cozinhar. O problema é que no Bairro só há um restaurante que funciona e bem aos domingos.
Almoçamos um pouco mais rápido do que queríamos, e caminhamos um pouco mais apressadamente do que prevíamos. Ainda assim, tínhamos uma margem de uma hora. Ao decermos em frente ao shoping, 45 minutos antes da sessão do cinema e, enquanto atravessávamos a estreita passarela, que há muito não comporta o fluxo de pedestres, recalculamos a ordem das tarefas para dinamizá-las: Eu compraria os ingressos enquanto meu marido iria ao banco, que ficava próximo, e faria um depósito.
Ao chegar ao shoping tive um presságio do que vivenciaria, parecia que todos tiveram a mesma ideia, acelerei muito o passo dentro do shoping (claro, tentando parecer civilizada ainda), mas ao chegar ao sagão das salas de cinema não acreditei no que vi, aproximadamente umas trezentas pessoas dispostas em duas filas intermináveis. Uma era a das bilheterias, que começava já  na rampa de acesso ao sagão e, ao se aproximar das atendentes dava aquela tradicional voltinha... A segunda, um pouco menor que a outra... Definir qual poderia andar menos devagar consumiu precisos 60 segundos de minha vida [pausa para descrição do raciocínio: a fila de atendentes está enorme, mesmo sendo quatro, não vou ficar menos 40 minutos, e tenho exatamente 40 minutos antes da sessão começar; a fila de autoatendimento, que tem ajudante pode demorar um pouco porque há os analfaburros e lábeis que nunca sabem ao que querem assisitir nem em que lugar se assentar, mas ainda assim é mais provável que ande menos devagar...] obviamente, devido ao número de gente que continuava a chegar, terminei esse precioso raciocínio alguns segundos depois de já ter me posicionado no, agora antepenúltimo lugar da fila de autoatendimento. - já falei que era domingo e que deveríamos estar agindo preguiçosamente?
Meu raciocínio estava certo quanto à capacidade de ir mais devagar... mas sabe como é a maldição das filas, a do lado de repente dispara... e não adianta você ir para ela, porque o problema é mesmo a sua má sorte.... E eu não trocaria agora o meio da fila para me arriscar a mofar no final da  outra que, agora já passava da rampa e do hall do cinema...
Pois, a capacidade do ser humano em ser incapaz é algo surpreendente, deveria ser objeto de estudos científicos...

Os lábeis todos decidiram ir para a fila de autoatendimento, e o pior, lábeis orgulhosos, todos, praticamente todos, recusavam a ajuda da atendente, era algo de suporar qualquer paciência.

Agora só me restavam dez minutos, e as duas filas paradas... Meu marido chegou, não conseguiu fazer o depósito, os funcionários não abasteceram os caixas de envelopes, obrigatórios para as operações no fim de semana...
Fiquei pensando que, se talvez ele não tivesse ido, ele poderia estar mais à frente na outra fila, mas há coisas que são dispensáveis dizer [se você ainda tem a mínima esperança de um dia dos namorados romântico]...
Agora faltavam cinco minutos, e ainda restavam umas 40 pessoas à minha frente, dois minutos e ainda 35 pessoas, a sessão já começara e ainda restavam 30 pessoas. Saí da fila, o tesão de entrar na sala  e escolher o lugar - prazer já retirado de mim pelo sistema, assisitir aos trailers e programar as próximas vindas ao cinema acabara de me ser retirado e, por fim, não receberia um deconto por assisitir àpenas uma parte do filme, afinal se eu tivesse de ficar até o fim, permaneceria lá por pelo menos mais trinta minutos.
Sem show, sem cinema e agora sem passagens...êita vida besta!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

sábado, 4 de junho de 2011

De alma armada

Nessa última semana em assembleia, nós professores de Minas resolvemos deflagrar uma greve pr tempo indetermonado. Bom, quando iniciei este blog no último ano, já havia participado de uma, e  por isso mesmo, por já  ter acabado na época, não há aqui nenhum registro de alguns momentos que foram para mim os mais importantes ao longo de minha ainda curta carreira. Ir à assembleia é algo revigorante. Sim, primeiramente é ruim porque só estamos lá devido às péssimas condições a que somos submetidos. Mas é revigorante saber que há leis, que há mais pessoas reinvindicando o cumprimento dos seus direitos. É bom saber que não estamos sós, cá para nós é ótimo poder dizer o que achamos e pensamos da trupe lá de cima...
Aos que apenas assisitem ao noticiário, a certeza é de que a coisa vai muito bem, afinal do que estamos reclamando? Minas tem a melhor educação do país, não quero nem saber como vai a do resto do país então... (agonizando, provavelmente), paga os melhores salários (mentiras deveriam ser punidas com algumas visitas à Azkaban, os dementadores adorariam).
A sim, os dementadores, figuras esquisitas essas não!? Nas histórias de Harry Potter são seres que vivem de sugar das almas as suas aspirações, quanto pior forem, mais alimentados ficam, e mais vazios se tornam os prisioneiros... Ficam vazios  já não são mais... 
É claro que na verdade eu não gostaria que houvesse a prisão de Askaban, nem seus  algozes dementadores. Mas a analogia os faz pensar em como nos acostumamos com pequenas mentiras. Pelo o amor de Deus como podem tantos acreditarem que as coisas vão tão bem assim, se a todos os dias somos informados pelos noticiários que os serviços não estão sendo prestados, que mais uma nova greve explode, que o IDH está cada vez mais medonho... Se  Minas é o mundo, que mundo é esse? Em qual deles você, que me lê vive? No das propagandas? ou naquele que te suplanta todos os dias? Quantas crianças de seu convívio estudam naquelas escolas pintadinhas de novo e limpinhas? Qual de vocês consegue atendimento rápido e de qualidade nos Postos de saúde do seu bairro? Qual foi a última vez que você viu o caminhão de coleta seletiva passar em sua rua? Será que é culpa dos servidores, será sempre asim? Ninguém está realmente prestando atenção nos protestos, de que é muita gente parando, muita gente denunciando a privatização daquilo que é público, daquilo que é seu direito? Privatização do público significa que os moodos de produção são equivalentes ao sistema privado, metas a bater, números sempre em alta... Mas se a privatização incluísse também na melhoria de condições para esse trabalho...
Dia oito haverá um protesto unificado,  professores, militares e civis. Todos cruzaremos os braços... Se fazemos tanta falta que nos valorizem então.
Na verdade mesmo há muitas coisas aqui que valem por si mesmas uma postagem só para elas... por enquanto vale o pontapé inicial.